sábado, 4 de julho de 2009

numa dessas pescarias...


Era engraçado, era bom, éramos amigos, etc....mas tinham horas que eu queria ficar solito, só dar risadas e encher a cara, também cansava , as vezes.
Eu saia caminhar pelo mato, costeando o rio, atravessando a ponte, nem sei no que eu pensava, mas seguia como se fosse um desbravador, sempre me senti bem solito, pelos campos, não existia medo, muito menos a bandidagem e vagabundagem de hoje em dia.
Verão no sul, é pior que que acima da linha do equador, 40ºC; é fácil bater essa marca, nos verões , no extremo sul do BrasiL.
O piazedo se embrenha mato a dentro, a procura de rios, açudes ou qualquer riozinho, nem que seja pra se embarrar, eu não era diferente, me metia mesmo,um guids surrado pra evitar as rosetas, sem meia claro, fedia tipo gamba, mas nem cobra verde chegava perto.
Nada de meias, as canelas desprotegidas, volta e meia, escorria uma listra de sangue, por ferimentos causados pelas folhas espinhentas de caraguatás.
Um calção de nylon forrado e uma camiseta no ombro, pra espantar os mosquitos e abelhas,..um boné velho, mais surrado que alça de gaita, mas protegia a cabeça e os olhos da claridade e da ardência do sol no lombo, volta e meia abria a camiseta e atava no pescoço, tipo capa de superman, porque as costas as vezes dava a impressão que fritava , ardia pelo mormaço.
O calção grudava na bunda e no saco, de tanto suor, os olhos ardiam, mas eu insistia na caminhada beirando o rio...
Quando avistava uma prainha, ficava facero, cheio de pedras e areia grossa...sentava li mesmo, esperava esfriar o coro, um pouco...enquanto admirava a paisagem do outro lado do rio, ouvia aquele barulho ensurdecedor das cigarras e da água batendo nas pedras lá no meio do rio...
De vez enquando ouvia uns gritos ou risadas dos amigo, que ficaram lá longe...no acampamento...
Eu apenas sorria solito...., dava pra saber quem estava sendo sacaneado ou tentando caminhar bêbado....ou fazendo fiasco...
Me levanto, me escoro numa árvore caída, tiro meu tênis, coloco no galho, olho pros lados..não vejo nada, nem ninguém..., tiro o calção...( a camiseta já estava dependurada ).
Caminhar descalço naquelas pedras e areião quente, é um desafio para qualquer pé suado, que acaba de sair de um tênis, e prece estar em carne viva, mas meio trambaleando e algumas quedas, pisar dentro dágua fria, da uma sensação muito boa , alívio, prazer, e depois mergulhar pelado num rio, não tem sensação maior e melhor de liberdade e satisfação.
Nadar olhando pro céu azul,seguindo o rio sem rumo, parece que somos donos do universo, donos e livres, mas nem tanto, as vezes, é preciso parar, olhar ,ver onde estou se não existe perigos ou alguém se aproximando, ou observando...ou tentando roubar minha roupa....