quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ainda na Serra.



Estava tri bom ,ficar ali abraçado,olhando o mundo,mas me liguei de que não estávamos entre 4 paredes,falei tranquilo pro alemão,pra colocarmos as cuecas ao menos ,ir nadar um pouco e se mandar dali,pois já era quase meio-dia e a fome tava batendo.Peguei ele nos braços e fingi que ia derrubar no chão,mas segurei firme,virei ele de frente,dei uns beijos,mais calmos,e falei -Vamos,nadar e depois achar onde comer?e ele -Tá tão bom ,assim Pedro.-Eu sei,mas temos que ir e comer e depois tem aula.Falei.
-Tá bom,vamos,disse ele.Colocamos as cuecas e nadamos um pouco,rindo e se tapeando,ia ser meio assim a nossa amizade,ele era tri crianção e eu meio bobo tmb.Saímos da água,nos secamos ao sol e subimos o rio,tava o maior silêncio na cascata,cachoeira,sei lá , oque era aquilo..mas era isso..hehe.
Todo mundo estava almoçando,o carro no lugar , o nono sentadão numa cadeira,e sorriu quando viu eu e o alemão-Achei que tinham se perdido,quase desci lá,mas é muita pedra,disse o nono.
Conversamos,um pouco,rimos,falamos bobagens , o nono se divertia com tudo.Perguntou se iámos pra cidade e se dávamos carona pra ele,acenei que sim e nos mandamos ,estavam todos com fome.O alemão parecia incomodado,ficou em silêncio,dentro do carro.Logo apareceu a casa do Nono, ele indicou e mandou entrar numa estradinha,tri linda a casa, o arvoredo, a cachorrada,e uma nona de cabelos brancos, já estava escorada na varando e gritando em italiano,parecia uma lambreta em 2ª e acelerando na descida,ri, rimos e o nono ria, e xingava tmb,italiano é foda,se vai abrir a boca manda até Deus a merda e na frente do papa,se for preciso.Ele nos apresentou,logo se acalmaram,e foi aparecendo um bando de gringo ,parecia uma invasão,crianças,piás,homens e mulheres,era aperto de mão pra todo lado e sorrisos.Nos convidaram para almoçar,eu olhei pro alemão,por mim, tava blza.E o nono-São casados?,falei,que sim,e o nono-Tu e ele?,ri...o nono era sacana,e eu era pior,se mexessem comigo,falei,eu sou casado com uma mulher ,e ele é solteiro,e ele é muito feio,e alemão, não dá certo, foi uma risada de carroça disparando na estrada de cascalho,todo mundo riu, e gringo adora falar mal das raças,ri até da raça deles mesmo. -Arrumei pra mim,vim lá das grotas para vira piada de gringo cabeçudo,tô mal no retrato,disse o Jonas.
A gringaiada ria, que só vendo.
-Tu é parecido com o fulano,disse a nona,me olhando com cara de :Tu é bunito,crinco desgraçado.
-Parecido?disse o alemão,são tudo a mesma cara,gringo é tudo igual,narigudo,cabeludo ,fala gritando e como feito um louco.
-Ele disse que ´semo´´,tudo lindo e macho,falei e ri, e o resto acompanhou, o alemão,só balançou a cabeça e -Bah,pensei que tu fosse meu amigo,já se bandiou pro lado dos 5ª.(era uma coluna de jornal,comunista,na época da 2ª grande guerra),o nono,só disse -Tira o vinho e a polenta desse nazista, e riu.As gargalhadas seguiram,italiano não fecha a boca nem pra comer,era uma algazarra só.os poucos eu fui me isolando do barulho ,e sentindo o cheiro de uva ao sol,que vinha das parreiras,o cheiro de casa limpa e comida que se espalhava por todo o ambiente,era bom,dava uma saudades de casa,dos meus avós,do interior,parecia que eu estava em casa,e não tem coisa melhor no mundo que a família e esses cheiros,coisa de quem sabe criar e dar valor a isso tudo.Haviam 4 homens e 5 mulheres na casa fora os nonos e as crianças.os homens eram filhos dos nonos,e 2 mulheres eram esposas de 2 deles,claro só 3 eram filhas,e cada casal tinha 2 filhos,2 meninas e 2 guris.
Já viu a cambada de gente,o mais novo era um gringo magrão narigudo ,cabeludo,como
disse o alemão que todos eram assim,tinha um olhar forte,ria muito e falava pouco,de chinelos de dedo,calção de nylon vermelho e camiseta branca ,boné com a aba pra trás da cabeça e um puta relógio com pulseira inox e fundo azul escuro e uma correntinha de ouro com crucifixo no pescoço,estava queimado do sol,mas dava pra ver a brancura dele,nas pernas perto do calção,era forte,mas magrão,pelos escuros por toda parte do corpo, olhei tudo isso,por que ele me lembrou eu nos tempos de piá, era exatamente assim,bem colonão ,mas simpático e curioso,eram todos pessoas simples e simpáticas,as mulheres eram de uma simplicidade comovente,pareciam minha mãe quando moça e solteira...aquilo me tocava muito..há uma identidade da raça,e creio que todas devem ter essas características,e essas eram as nossas.As gringas eram simpáticas,tanto que vc não definia quem era casada ou solteira,serviam-se ,serviam as crianças ,os nonos e os maridos,e todo mundo se serviam,era um festival de mãos ,pratos copos e risadas.Almoçamos, e ajudei a tirar a mesa,sob protestos de que visita não trabalha,mas não atenção a isso,dando um tapa no alemão de acorda cara,ele riu e -Achei que não fosse me fazer um carinho hoje,esse gringo vive me dando tapa e chutando,é um doce de homem,muito carinhoso,disse ele, e o nono passa de mete um mãozaço nas costas do alemão que chegou estralar,-Também,sou carinhos,disse e riu,saindo pela porta da cozinha,indo sentar na varanda,em baixo da parreira,deixando a alemão se mija de tanto rir -Ô bando de bicho do mato,tudo louco,falou e foi sentar tmb ,junto com os nonos,pareciam um bando de jibóia depois de encherem a pança. Só ajudei a levar tudo pra cima da pia e me bandiei tmb pruma cadeira na varanda.e na passagem das portas, o Antônio,nome do magrão,me deu um soco no braço,que eu me perdi no caminho,mas rapá,dei-lhe um bife nas aspas,que o bonezinho dele vôou longe e peguei ele com uma só mão pelo pescoço,afinal eu era maior,e muito mais forte e com uma mão fazia muita coisa.O cabelo dele era comprido,e tosado a facão,vinham até a metade da nuca e caia na cara,parecia sujo e bem como o alemão disse,colonão cabeludo.Fiquei segurando ele pelo cangote e falei:Ninguém sai dessa casa ,a´té descobrirmos quem fez isso com o Tonho,coitada.(me referindo ao cabelo dele).Ele nao sabia se ria,ou tentava se soltar,acalmou-se quando alguém gritou,que tinha sido a irmã mais nova, ai soltei ele;-Que braço pra puxar um arado hein!,disse ele.Sabe quando tu dá uma rabanada de olho geral,e percebe a cara de cada um, a expressão?, a do alemão não era muito boa,achei melhor parar antes que ele falasse bobagem,mas não deu certo -Acho que o sr. arrumou um genro nono,disse ele, e o nono-Com essa cara de safado,só um louco ia querer pra genro .Sentei e o Antônio,sentou ao lado,com cara de sério ,-Sou um homem sério,disse eu e olhei para o relógio,eram quase 2 da tarde,-Temos que ir ,vamos chegar atrasados no curso,falei.-Viu, safado e cachorro magro,como e quer ir embora,disse o nono.
-Que curso,perguntou o Antônio,falei oque era e ele ,ficou empolgado,disse que tinha moto e que queria fazer mas a grana tava curta e não tinha tempo,por causa da lavoura e videiras etc..
-Descansem um pouco mais disse a nona e parem de se dar tapas,recém almoçaram.

Antônio se levantou e me convidou pra ver a moto dele no porão, a casa era num barranco de pedra,tinha uma descida lateral, que dava num porão maior que a casa,cheio de maquinário e sacos de grão,lenhas, etc..uma porta de madeira de uns 2 metros e meio,pesadona,que estava parcialmente aberta.O alemão desceu junto.Era uma 250 cross,amarela,dava pra ver que era amarela,mas a sujeira,lama e pó escondiam boa parte dela,ele contouque fazia trilhas etc, etc...e que era apaixonado por motos e cross e ali na serra era muito bom de praticar nos fim de semanas,ou dias de chuva que não tem nada pra fazer nas terras,como diziam eles.

-Vamos ,Pedro,estamos atrasados,disse o alemão, e subiu.-Vamos sim,já matamos a aula de manhã,pra vir tomar banho de rio, e ri.

A cara do Antônio, não me parecia feliz,ouvindo aquilo,parecia que ele queria que ficássemos mais,mas pensei que na hora que dei uma pegada no pescoço dele,senti uma certa excitação,meu pau meio que levantou,bah,transei com 2 caras já,nesses poucos dias,será que tava virando um comedor safado e sem vergonha ,como disseram, o nono e o alemão,menos o comedor claro,será que tava na minha cara , exposto o meu tesão por caras ?,fiquei meio sem jeito e sem graça e olhando pro chão, só me atinei quando o carinha me deu uma cutucada no braço.
Segue...

Os Serranos 14


-Depois que o cara goza, vem a dor da ralação,PQP, tava tri gostoso,mas se eu não pedisse pra ele parar ,ia é tirar sangue do meu pau.

Ele entendeu e ficou paradinho ali,mas me segurando,falei que não ia fugir, ele riu.Eu tava tri podrão, fude de pé é bom,mas cansam as pernas,dei uns beijinhos no cangote dele,disse umas bobagens e fui me desgrudando devagar,putz, o pau véio,tava duraço ainda , não tava muito afim de sair, do aconchego,daquela bunda linda e boa, boa demais.Desgrudei assim mesmo, e sentei no chão mesmo,mas sentar não pareceu me dar descanso, me atirei de costas e deitei ,putz, a céu estava muito azul, mas muito mesmo..e com aquela luz do sol de verão, doía as vistas do cara.

Quando olhei pro lado do alemão, ele estava colocando a mão,dedos ,sei lá ,na bunda e rindo pra mim...

-Tôu com a rabo tudo melado,pra onde vai essa porra,Pedro? perguntou rindo.

- Essa ,não, a minha porra,e eu acho que vai pro útero alemão, daqui 9 meses,tu vai ter um Pedrinho, e cai na risada.

Ele ficou sério e me olhava com cara de brabo, e eu rindo..por que tem umas verdades incontestáveis,pergunta cretina,resposta idiota e alemão é mau humorado,nunca conheci um que não fosse,e burro tmb eles tem fama,e a pergunta dele só confirmava isso.
Porra,tmb ,o cara aguenta o outro metendo o pau na bunda dele,e eu sai assim de perto como quem já fez e vai embora,acho que ele tentou se fragilizar, diante de mim e do nosso relacionamento sexual, heheh..

-Tu não quer ter um filho meu alemão?-Perguntei,rindo,só que com cara de cachorro sem dono ,que acabou de ser chutado.E estendi a mão pra ele,chamando pra perto.

Ele recusou e sentou numa pedra perto dele.
Me levantei e sentei nas costas dele de pernas abertas, o pau e as bolas prensaram naquele lombo branco, abracei-o com carinho,ralei minha cara , na cara dele..-Bobão,não faz cara de brabo,que eu me apaixono.Se tem coisa que não faço é pedir desculpas ou dar explicações pelo mau humor dos outros e falta do mesmo.Ele se derreteu todo,me pegou pelos braços e me puxou contra ele, deu uma supiro que o mato deve tá produzindo óxigênio até hoje pra se recuperar e deitou a cabeça no meu braço.Não falamos mais nada,ficamos olhando pro nada,pro rio, pro mato...abraçados e pelo jeito e pelas caras ,felizes e satisfeitos.
Segue...