terça-feira, 21 de julho de 2009

Ao acaso..


Me lembro que apesar de todo aquele rolo na pescaria, eu e ele parecíamos dois estranhos no dia a dia na cidade, eu trabalhava e estudava a noite, a gente se olhava como se nada tivesse acontecido, parecia que nossos olhos eram escudos a prova de reconhecimento.Uma hora era eu de mãos dadas com a namorada outra era ele contando suas façanhas na zona e boates da cidade, claro, em todos os causos ele comia uma, eu ria quando estávamos entre os amigos , e quando estava coma gata, ele falava pouco, mas seu olhar era frio e indiferente, e o meu provavelmente distante.Não sei quantas vezes me pequei pensando nele, lembrando de tudo que ouve naquela tarde de verão, e não conseguia imaginar que tudo aquilo tinha sido apenas uma foda e ele tinha apagado da memória, por causa daquele comportamento indiferente, muitas vezes pensei que eu era o viadão da história ,porque havia sentimentos em mim, e ele apenas tinha tido uma experiência sem maiores consequências, estava bêbado ou sei lá o que.Foram alguns dias, semanas, talvez 1 mês, tentando esquecer aquilo e entender ao mesmo tempo....mas nada me deixava tranquilo, vê-lo por perto até amainava aqueles pensamentos atormentantes, mas se passasse um dia sem vê-lo, parece que tudo ficava pesado e um sentimento de culpa tomava conta de mim....me sentia como se tivesse feito alguma coisa de muito ruim para ele...
As vezes ele ignorava a minha presença, e eu um pré adulto babaca, não conhecia a capacidade das pessoas de dissimularem as coisas.
Um dia decidi falar com ele, fui até a casa dele, havia um churrasco, ele a a turma dele claro, até tinha uns caras legais, que gostavam de mim e sorriram quando me viram.Nada como chegar em um lugar e ver um sorriso amigo...
Aceitei tomar cerveja com eles, me sentei, e alguém pediu para eu cuidar do som, por as músicas , já que eu era conhecido por estar sempre atualizado e saber animar ou deixar o ambiente romântico, claro havia só machos ali, essa parte ninguém iria querer.Eles riam , bebiam, falavam de trabalho,e eu ali, parecia deslocado, um deles veio e sentou perto e puxamos papos mais ´´cabeças´´...ele sorriu ao me ver, estava em outra parte da casa, não sei fazendo o que, veio me cumprimentou e sentou perto também, seguimos eu e o outro o papo sério e ele começou esculhambar e debochar, falando nada com nada ,como era seu costume.
Riamos, falávamos, bebíamos e eu a cada música colocada, recebia elogios ou vaias...nunca ninguém estava satisfeito...era cosia de piazedo mesmo...e bêbados..
Eu já conhecia mais ou menos a casa dele, falei que ia no banheiro, sai...não encontrei ninguém pelo caminho...mas ao sair encontrei ele na porta, a lembrança dessa cena até hoje me perturba, ele tinha uma cara de idiota e ainda tem, nas raras vezes que o vejo por ai,e apesar da idade a cara de babaca permanece.
Falou que ia mijar, desaguar, tirar a água do joelho, e ficou rindo parecia um ..abobado mesmo.Eu vi que o que eu queria com ele, um bom papo, não iria sair naquelas condições e fui em direção a saída mas ele falou alto..quase gritando-Espera ai, quero falar contigo! , aquilo foi quase uma ordem.
Parei. e ali fiquei esperando, a porta do banheiro estava aberta, mas o calção dele não estava arriado, nada de bunda amostra.
Ele saiu e entrou em seu quarto e me pediu para entrar, sentou na cama e fez gesto para mim sentar também, a porta permaneceu aberta, dava pra ouvir as risadas e a música tocando....
Aquele era um disco meu...Why me ? Irene Cara...(por que eu? quando eu era o único que poderia fazer teu coração se sentir livre, e vc não me deu nada), eu gostava daquela música, fiquei ouvindo e não ouvia nada do que ele falava, só quando ele me tocou que eu prestei atenção nele, e ele disse que aquela música era de um disco meu...
-Tá tudo bem, perguntou...ele..eu disse que sim...ele perguntou o que eu tinha vindo fazer ali...eu disse que nada...perguntei se não era pra vir, se tinha algum problema...ele disse- Bem capaz, só achei que tu queria alguma coisa....veio pegar teus discos..perguntou ele....eu disse que não..que só não tinha nada pra fazer e resolvi vir, não sabia que tinha churras e o povo dele ali..mas que já iria embora...
Ele ficou em silêncio.
Eu mudo.
Cara, me passou tanta coisa na mente, que se eu dissesse agora, iriam pensar que eu estava chapado, usava drogas, mas não..e não sei como a mente da gente viaja e divaga quando um sentimento toma conta e não queremos que ele saia...seja demonstrado...
Já, confessei antes, eu sentia um puta tesão por ele, mas demonstrar além do pau duro, não era tarefa fácil, nem hoje ainda é..imagine naqueles tempos... e o olhar dele me cortava ao meio...me impedia de ser além de um mero pau ..uma foda ...um homem ...apenas sexo e nada mais...e pelos últimos acontecimentos, nem amizade...pensei, esse cara tá bêbado como da outra vez e louco pra foder, mas...eu sentia isso e mais...e esse mais me incomodava, não por eu ser capaz de sentir isso, mas de sentir por ele e querer demonstrar isso...isso me incomodava...hoje eu imagino ele, devia pensar em suicídio.

Um comentário:

  1. Olá Pedro, chamo-me António, pensei que ia receber o teu mail para conversar-mos e adicionar no chat do google:) ..., não publiquei o teu coment pois gostaria de manter a conversa privada, sim comecei o blog hoje mas já tinha outro que apaguei, isto porque a pessoa que estou interessado fez um olhar estranho quando lhe disse que tinha um blog e como tambem não gosto muito de falar sobre mim proprio e era uma necessidade de desabafar apaguei-o. Gostei de te conhecer pois tens muitas opiniões como as minhas embora estranho que tenhas comportamentos iguais a pessoas que não gostam de mim, mas não podemos ser perfeitos não é? Um abraço e continua a molhar-me as cuecas com as tuas histórias ehehe!

    ResponderExcluir

Opniões devem ser respeitadas.